VEJO-TE
Vejo-te
nas sombras do luar
Que
bruxuleiam na parede insone do meu quarto.
Adivinho
o teu cheiro,
A
cor do teu cabelo,
Sinto
o teu toque suave,
Como
um leve roçar
Que
o vento pousa arrepiando-me a pele.
Vejo-te
nas gentes que passam
Nas
ruas confusas de suor e trânsito.
Adivinho
o som da tua voz
A me
chamar,
A me
contar um conto,
A me
cantar um canto,
A me
encantar...
Quando
vens ao meu ouvido sussurrar.
Vejo-te
na tarde morna,
Que
traz a preguiça e amolenta o corpo,
Adivinho-te
o desejo
A
querer meu beijo,
A
deitar na rede querendo aconchego
Em
doce molejo.
E os
teus olhos de mar querendo me desnudar.
Vejo-te
na chuva que cai
E
escorre pela vidraça como lágrimas de saudade,
Adivinho-te
o sonho,
De
querer voltar,
De
querer ficar,
Mas
a chuva é fugaz como o sonho...
E eu
me deixo sonhar,
Por
pouco tempo,
Apenas
pelo tempo em que pingar a chuva,
Pensando
no grande amor,
Que
por um tempo me encantou,
Por
um momento me embriagou,
Mas
que foi um vinho nunca bebido.
***
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia)
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance).
Acaba de lançar seu segundo livro de poesias:
As Rosas que Nascem no Asfalto.
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