APENAS
UM POEMA
Caminho
pela tarde dourada,
Dos
dias outonais.
O
chão coberto das folhas caídas,
Crepita
sob os meus pés descalços.
E
o vento fresco e macio
Traz
aos meus ouvidos, das cigarras,
O
monótono canto tardio.
A
tarde se esvai em céus de fogo,
E
os cheiros da noite já se fazem sentir.
As
aves procuram seus abrigos,
A
fim de se aconchegarem e dormir.
Eu,
porém, ainda vago.
Procuro
no coração um verso,
Uma
cantiga,
Para
afastar da alma, a saudade,
Que
quer se fazer amiga.
Esquadrinho
em cada canto da memória,
Onde
foi que se interrompeu a nossa história.
Procuro
pela casa onde se perdeu o carinho,
Talvez,
esteja jogado por aí,
Em
algum cantinho.
E
quando chega a noite,
E
me deparo com meu leito vazio
De
sonhos e de calor.
Volto
meus olhos às estrelas,
A
lhes indagar por que perdi o meu amor.
Por
certo me escutam,
Pois
sei que o meu coração perscrutam,
E
por delicadeza não respondem,
Da
minha dor, até a Lua se esconde.
Então
fico à janela,
A
esperar pela madrugada,
De
um amor que, hoje, virou nada.
14/05/2015
***
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia)
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance).
Acaba de lançar seu segundo livro de poesias:
As Rosas que Nascem no Asfalto.
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