MARRECAS SELVAGENS
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Algumas
atravessam o lago voando na superfície, tão rasteiras no seu vôo que os pés vão
roçando as águas, deixando atrás de si um leve sulco que logo desaparece. Mas
outras fazem a travessia no fundo do lago: submergem completamente para só
ressurgirem na outra margem. Então soltam gritos, as asas pesadas de lodo,
ainda arrastando nos pés restos de plantas aquáticas. Eu olhava para as
marrecas que escolhiam o fundo. (Lygia
Fagundes Telles, em A DISCIPLINA DO AMOR, de 1980, editora Nova Fronteira)
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