quinta-feira, 9 de novembro de 2017

QUASE HISTÓRIAS: AMANHÃ, TALVEZ

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Ilustração: 123RF


Com ele, as coisas funcionavam ao contrário.

Nos dias bonitos, de sol e calor, era acometido por uma angústia profunda. Da varanda do apartamento, observava o vaivém das pessoas nas ruas. 

E ele sem coragem para dar o passo, colocar roupa leve, tênis confortável, óculos de sol, sair por aí, rumo a lugar algum - pelo prazer, ainda que efêmero, de viver. 

Amanhã, eu também vou – dizia para si mesmo, sem convicção. Não ia.


Gostava mesmo de tempo frio, garoa fina e gelada. 

Nesses dias, as pessoas evitam sair de casa. Ruas e parques ficam desertos, crianças não fazem algazarra, não há quase barulho. Ao não avistar ninguém, ao ouvir o quase silêncio, sentia-se um pouco aliviado. Não se sentia tão só. 

E desandava a fazer planos que nunca colocaria em prática. (Atualizado em novembro de 2017)

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Não dou muita conversa para essa turma por uma simples e definitiva razão: o que eles têm a me dizer não me interessa, e o que tenho a lhes contar não interessa a eles.
Por Orlando Silveira, em "É simples assim"
https://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2017/11/e-simples-assim.html#comment-form


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