Ilustração: 123RF |
Com
ele, as coisas funcionavam ao contrário.
Nos
dias bonitos, de sol e calor, era acometido por uma angústia profunda. Da
varanda do apartamento, observava o vaivém das pessoas nas ruas.
E ele sem coragem para dar o passo, colocar roupa leve, tênis confortável, óculos de sol, sair por aí, rumo a lugar algum - pelo prazer, ainda que efêmero, de viver.
E ele sem coragem para dar o passo, colocar roupa leve, tênis confortável, óculos de sol, sair por aí, rumo a lugar algum - pelo prazer, ainda que efêmero, de viver.
Amanhã,
eu também vou – dizia para si mesmo, sem convicção. Não ia.
Gostava
mesmo de tempo frio, garoa fina e gelada.
Nesses dias, as pessoas evitam sair de casa. Ruas e parques ficam desertos, crianças não fazem algazarra, não há quase
barulho. Ao não avistar ninguém, ao ouvir o quase silêncio, sentia-se um
pouco aliviado. Não se sentia tão só.
E desandava a fazer planos que nunca
colocaria em prática. (Atualizado em novembro de 2017)
LEIA TAMBÉM
Não dou muita conversa para essa turma por uma simples e definitiva razão: o que eles têm a me dizer não me interessa, e o que tenho a lhes contar não interessa a eles.
Por Orlando Silveira, em "É simples assim"
https://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2017/11/e-simples-assim.html#comment-form
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Não dou muita conversa para essa turma por uma simples e definitiva razão: o que eles têm a me dizer não me interessa, e o que tenho a lhes contar não interessa a eles.
Por Orlando Silveira, em "É simples assim"
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Parabéns pelo trabalho, Orlando!
ResponderExcluirObrigado, George. É um baita prazer tê-lo por aqui. Abração.
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