Foto: arquivo Google |
O
RUMO DOS TUCANOS
Para
FHC, o apoio do PSDB às reformas
deve
continuar, desde que o processo inclua
políticas
de redução das desigualdades
Por
Murillo de Aragão (*)
Blog
do Noblat
09/11/2017
- 01h25
Enquanto
arde alta a fogueira nos bastidores do PSDB em torno da disputa entre Tasso
Jereissati e Marcone Perillo pela presidência do partido e ainda ecoam os
movimentos de João Doria pelo país, em declaração exclusiva à Arko Advice,
Fernando Henrique Cardoso deu o norte para o tucanato nas eleições de 2018.
Foram
apenas três aspectos apontados na curta entrevista. Todos de suma importância.
O primeiro deles é que o PSDB estará unido em torno de uma candidatura presidencial.
Para ele e como sempre, o PSDB - depois de muitas rusgas - convergirá para o
apoio majoritário em torno de um candidato.
Foi
assim em 2002 com José Serra. Também o foi em 2005 com Geraldo Alckmin. Em
2010, Serra voltou a ser candidato após disputa com Aécio Neves. Em 2014, Serra
ensaiou uma disputa com Aécio. Mas a vez era do mineiro. Enfim, apenas FHC se
livrou de disputas para ser eleito presidente em duas ocasiões.
No
momento, as rusgas do PSDB são outras. Referem-se sobre quem vai comandar o
partido. João Dória, cujo desempenho midiático o colocava em posição de
destaque, perdeu energia. Até a infeliz
declaração sobre Alberto Goldman, tudo dava certo para Dória. Não mais. Alckmin
ganha terreno e tal fato é reconhecido por FHC que o considera estar melhor
posicionado para ser o candidato presidencial do partido.
Na
semana passada, ao participar de um evento na Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Doria defendeu a unidade do partido em torno
de uma candidatura que possa fazer frente ao ex-presidente Lula (PT) e ao
deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
O
prefeito de São Paulo defendeu também a construção de um amplo arco de alianças
para garantir um bom tempo de TV no horário eleitoral gratuito. Afirmou, ainda,
que não será um agente “fracionador”.
Faltou dizer que a preferência é de Alckmin.
O
terceiro aspecto de relevância nas palavras de FHC é o apoio que o partido deve
dar à agenda de reformas de Michel Temer.
Para ele o apoio deve continuar a existir desde que o processo inclua
políticas de redução das desigualdades.
Porém, e como em política sempre existem muitos poréns, tal
condicionante termina dando uma porta de saída caso o apoio se torne
eleitoralmente indesejável.
Resumindo
a ópera tucana: o PSDB vai unido em torno de Geraldo Alckmin e irá tentar
atrair um amplo grupo de partidos para constituir uma grande coalizão. Resta
combinar com os outros e qual partido irá indicar um candidato a
vice-presidente. De preferência bom de voto e do Nordeste.
(*) Murillo de Aragão é
cientista político
Nenhum comentário:
Postar um comentário