Mario Covas: ética e política: tudo a ver Foto: arquivo Google |
OS TUCANOS
HONRADOS PRECISAM
CAIR FORA
DO PSDB DE AÉCIO
Em 1989, Mário Covas
atravessou a campanha reiterando
que "é possível
conciliar política e ética, política e honra,
política e mudanças"
Por Augusto Nunes
10/11/2017 – 21h38
Agonizante
desde a divulgação da repulsiva conversa telefônica com Joesley Batista, morreu
nesta quinta-feira o Aécio Neves que durante muito anos se disfarçou de neto de
Tancredo ainda mais mineiramente jeitoso, matreiro e sabido que o avô. O
atestado de óbito foi a carta que destituiu Tasso Jereissati da presidência
interina do PSDB. O documento voltou a escancarar a face escura do candidato à
Presidência que iludiu mais de 50 milhões de brasileiros na eleição de 2014.
Em 25 de
junho de 1988, um grupo de políticos decentes resolveu abandonar o PMDB, então
dominado pelo governador paulista Orestes Quércia, e criar o Partido da Social
Democracia Brasileira ─ nascido “longe das benesses oficiais, mas perto do
pulsar das ruas”, segundo o fundador Franco Montoro. Tradução: o PSDB pretendia
ser um PMDB com vergonha na cara. Em 1989, o primeiro candidato do PSDB ao
Planalto, Mário Covas, atravessou a campanha reiterando que “é possível
conciliar política e ética, política e honra, política e mudanças”.
A caminho dos
30 anos, a sigla dos tucanos é comandada por Aécio Neves, uma contrafação
mineira de Quércia. Disposto a tudo para
escapar da morte política, o senador mineiro segue agarrado à parceria com o
PMDB de Temer. É compreensível que tenha promovido a presidente interino o
parceiro Alberto Goldman. Quando o PSDB nasceu, Goldman optou pelas benesses do
poder e ficou no PMDB, longe do pulsar das ruas. Permaneceu ao lado de Quércia
e foi secretário de Estado do começo ao fim do mandato do chefão.
“O PSDB
desses caras não é o meu PSDB, que é o de Mário Covas e Fernando Henrique
Cardoso”, resumiu Tasso Jereissati nesta quinta-feira. Os homens honrados que
restam no partido, e que defendem o fim da aliança tóxica com o governo do vice
de Dilma Rousseff, estão condenados a reprisar a diáspora ocorrida em 1988 e
abandonar o ninho infestado de vigaristas. É hora de abrigar-se num novo
partido ou em algum já existente que seja proibido para corruptos.
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