- Ananias, duas coisinhas, apenas para
colocar os pingos em seus devidos lugares: (1) Não tenho a presunção de estar
sempre certo. Ter razão não me interessa mais, há tempos; (2) Não estendo a
prosa com a maioria das pessoas não porque me sinta superior a elas, nada a ver. É
uma questão de afinidade. Compreende?
- Sei disso, Velho Marinheiro, sei disso. Não
precisa se explicar.
- Não estou me explicando. Estamos
conversando.
- É que algumas pessoas acham que o
senhor...
- Que pensem o que quiserem. Não lhes dou a
mínima. Por isso, jamais tome minhas dores. Sei me defender, mas nem perco
tempo com isso.
- Está certo.
- Mudo de opinião quantas vezes forem
necessárias, desde que me convençam com argumentos lógicos, não com burrices
generalizadas. Nessa espelunca do Carneiro, que só frequento por falta de
opções, o melhor informado não foi além do “Caminho Suave”. Mesmo assim, não
conseguiu absorver todos os ensinamentos.
- Verdade. Deixa pra lá. Não quero chatear o
senhor.
- Ananias, você não me chateia. A não ser
quando se comporta feito guri precisando de afago. Só para concluir: não dou
muita conversa para essa turma por uma simples e definitiva razão: o que eles
têm a me dizer não me interessa, e o que tenho a lhes contar não interessa a
eles. É simples assim. Então, cada um no seu cercado. Agora, prove um bolinho
de arroz. Está bom. É uma das poucas coisas que presta nesse boteco. (OS)
***
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TUDO A VER: Certas leituras são como certas dietas: a gente gasta, com umas e outras, um tempo danado, para chegar a lugar nenhum. Por Orlando Silveira.
Gosto muito do velho marinheiro.
ResponderExcluirQue bom, Monalisa. Obrigado pela presença e comentário. Abraço
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