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TEMER
TRATOU A SAÍDA CONSTITUCIONAL
DO
IMPEACHMENT COMO PORTA GIRATÓRIA
Temer
manteve o país rodando em torno dos seus defeitos
como
um parafuso espanado. Dilma só não o acusa de plágio
porque
sua relação com a verdade é conflituosa
Por
Josias de Souza
UOL
– 31/08/2017 | 23h48
Quando Dilma sofreu o impeachment, o
petismo dizia que as ruas exigiriam a sua volta. Um ano depois, nem o PT deseja
tamanho pesadelo. Quando a Presidência lhe caiu no colo, Michel Temer dizia que
uma ponte para o futuro levaria o país à prosperidade. Hoje, o futuro do seu
governo é um passado que não passa. Se dependesse das ruas, Temer também seria
ex-presidente. Mas ele carrega algo que faltou à sua antecessora: uma
experiência parlamentar de três décadas.
Com a corda no pescoço, Temer
terceirizou sua gestão ao arcaísmo. Fornece, em cargos e verbas públicas, os
recursos para alimentar as forças congressuais que, se quisessem, demitiriam
mais um presidente da República. Dilma tentou a mesma coisa. Mas ela fazia cara
de nojo. E os congressistas puxaram a corda.
Muita coisa aconteceu em um ano. Mas
quando a posteridade puder falar sobre esse período desprezando os detalhes,
dirá que Temer tratou a saída constitucional do impeachment como uma porta
giratória. Manteve o país rodando em torno dos seus defeitos como um parafuso
espanado. Continuamos às voltas com o desemprego, a ruína fiscal e a
roubalheira. Dilma só não acusa Temer de plágio porque sua relação com a
verdade é conflituosa.
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