Para muitos deputados, a prioridade é fixar o preço para votar a favor de Temer e contra a segunda denúncia (Foto: Agência Câmara) |
RESGATE
DE TEMER SERÁ
PAGO
PELO DÉFICIT PÚBLICO
No
Brasil o limite entre o que deve e o que não deve
ser
investigado é a capacidade que o presidente tem
de
descobrir o valor dos seus apoiadores na Câmara
Por Josias
de Souza
UOL –
14/09/2017 | 23:15
Começa
a ser escrita em Brasília a segunda edição da crônica de um enterro anunciado.
Os aliados do governo na Câmara ainda não leram a segunda denúncia de Rodrigo
Janot contra Michel Temer. Mas já detestaram a peça. A exemplo do que aconteceu
com a primeira, a nova denúncia será sepultada viva no plenário da Câmara.
Ficará no freezer até que Temer vire ex-presidente da República.
A
conta a ser feita é muito simples: há na Câmara 513 deputados. Para que o
Supremo Tribunal Federal fosse autorizado a dar andamento às investigações,
seriam necessários 342 votos. Assim, fica fácil para Temer livrar-se de Janot.
Atraindo para sua infantaria 172 deputados, ele impede que seus rivais alcancem
os 342 votos.
O
discurso do governo e dos seus aliados está pronto. Alega-se que a economia se
recupera lentamente e não é hora para se preocupar com detalhes insignificantes
como uma denúncia por formação de organização criminosa e obstrução de Justiça.
No Brasil o limite entre o que deve e o que não deve ser investigado é a
capacidade que o presidente tem de descobrir o valor dos seus apoiadores na
Câmara. No momento, os deputados estão em liquidação. E a compra será
financiada pelo déficit público.
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