POLÍCIA
FEDERAL É OVACIONADA:
O
POVO ADVERTE OS CORRUPTOS
Os
ladrões crentes no fim da Lava Jato que esperem sentados.
O
que vai chegar primeiro é a hora de sentar-se no banco
traseiro
do camburão
Por Augusto
Nunes
veja.abril.com.br
13/07/2017
– 7h
O
grande momento do desfile que celebrou o Dia da Independência em Brasília foi a
ovação que acompanhou, do começo ao fim, a passagem de um punhado de
integrantes e viaturas da Polícia Federal. Habitualmente reservadas a piruetas
aéreas ou tropas em uniforme de gala, as manifestações de carinho e admiração
se concentraram na instituição transformada nos últimos três anos num dos
símbolos da Operação Lava Jato. As salvas de palmas foram endereçadas à
vanguarda da maior ofensiva anticorrupção da história do Brasil.
A
leitura do mais recente balanço da Lava Jato, divulgado em 31 de agosto, torna
pouco surpreendentes os sons e imagens captados pelo vídeo abaixo. Desde o
começo da operação, por exemplo, houve 158
acordos de colaboração premiada firmados com pessoas físicas e 10 acordos de leniência. As 165 condenações aplicadas a 107 réus somam 1.634 anos, sete meses e
25 dias de pena. Já foram
contabilizadas oito acusações de
improbidade administrativa contra 50
pessoas físicas, 16 empresas e um partido político, exigindo o
pagamento de R$ 14,5 bilhões. O
valor total do ressarcimento, multas incluídas, é de R$ 38,1 bilhões.
O
cortejo de números superlativos seria bem menos impressionante se não estivesse
em vigor o instituto da colaboração premiada, utilizado com exemplar eficácia
pela Lava Jato baseada em Curitiba. Caso seguisse as regras definidas pela
matriz, a sucursal de Brasília comandada por Rodrigo Janot não teria produzido
as exceções que estimularam a contra-ofensiva ensaiada pela frente ampla dos
corruptos. O desabamento da meia-delação premiadíssima, inventada pelo
procurador-geral em parceria com Joesley Batista e Edson Fachin, foi a senha
para a mobilização da bandidagem espalhada pelos três Poderes.
Os
que sonham com o enterro da Lava Jato fracassarão outra vez. Como informa o
balanço de agosto, a velocidade alcançada ao fim de três anos tornou
irreversível a dedetização do país. Os larápios de todos os partidos, os
comerciantes de propinas e os industriais da ladroagem não se livrarão dos
tentáculos saudáveis da Justiça brasileira. Os vilões ainda crentes na vitória
que esperem sentados. O que vai chegar primeiro é a hora de sentar-se no banco
traseiro do camburão.
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