REFORMA
POLÍTICA VIROU
UM
CASO PARA O PROCON
A
discussão foi reduzida a remendos, entre eles um fundo
para
pagar campanhas com verba pública. Debates travados
no
Legislativo exalam um cheiro insuportável
Por
Josias de Souza
UOL
– 21/09/2017 | 01:22
A reforma política tornou-se um caso
para o Procon. O Congresso discute há mais de um ano propostas de reformulação
do sistema eleitoral. E tudo o que o Legislativo conseguiu oferecer à plateia
foi uma coreografia desconexa e lamentável. Já não há tempo para aprovar uma
reforma de verdade para vigorar nas eleições de 2018. A discussão foi reduzida
a remendos, entre eles um fundo para pagar campanhas com verba pública.
Se a sensibilidade dos ouvidos fosse
transferida para o nariz, a plateia sentiria um cheiro insuportável ao ouvir os
debates travados no Legislativo. Bancadas de partidos mal intencionados,
comandadas por líderes que não lideram nem a si mesmos, tramam contra o
interesse público e impedem a formação de consensos mínimos. Perde-se mais uma
oportunidade para reformar um sistema que produz escândalos em série, corruptos
em profusão e instituições em acelerado estágio de decomposição.
A conta ainda não foi feita. Mas você
está pagando uma fortuna em troca de nada. Além da palco, da iluminação, do
som, da TV para transmitir tudo ao vivo, você financia a casa, a comida, o
celular, o transporte, os assessores e os salários dos atores. E não recebe a
mercadoria. Não seria um absurdo se alguém representasse contra o Congresso nos
órgãos de defesa do consumidor.
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