terça-feira, 19 de setembro de 2017

INSTANTES: ANA ANDRADE

A imagem pode conter: oceano, céu, nuvem, atividades ao ar livre, água e natureza

Um dia, quem sabe... os meus olhos, revejam a praia,
onde numa noite, enfeitada de prata, as ondas desnudaram
a minha pele, despertando na menina, a mulher que se fazia...!
Um dia, quem sabe... as ondas daquela mar distante, me
abracem, e tragam de volta, a menina que fui...


REDENÇÃO

Olhar esquivo
prelúdio triste
de um amor perdido:
possuída e não amada...
nas vielas nocturnas,
esgraveta a solidão
em busca de uma ilusão...
enquanto a noite ensaia
a face do infinito
no índice do amanhecer.
De mentira e verdade
dorme e acorda
assimilando um vazio
coroado de abandonos
e despido de preconceitos...
labareda desgovernada
no corpo em declínio:
de tanto se dar... sem cuidar;
tem noites e dias, sitiados pela dor.
Ansiando um passado
partilhado de cumplicidades,
esbanja o futuro
acossada pelos silêncios
que não conhecem redenção.

Ana Andrade

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