ENGENHO E ARTE
Quero
morrer no fim da vida
qual
chama suave que se apaga
ao
sopro de uma brisa vaga,
final
transmutação contida.
Qual
brasa que afinal esfria,
viga
que cede sem açoite,
naturalmente
como a noite
substitui
a luz do dia.
Naturalmente
como a água,
que
sempre nos mares deságua,
em
vapor para o alto parte,
quero
morrer no fim da vida.
E
pra ser breve a despedida
me
dê a vida engenho e arte.
(Clóvis Campêlo - Recife,
1991)
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