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31.03.2016
O PT
COLONIZOU O BRASIL!
(POR
PERCIVAL PUGINNA) Nos
primeiros anos do governo Lula, brincava-se com o que se compreendia como uma
presunção petista. Comentava-se: "O PT pensa que descobriu o Brasil".
Sob o novo governo, tudo era como "nunca antes na história deste
país" e a própria narrativa histórica era refeita para se adequar a tais
premissas. O petismo gerava grandes "novidades"! Descobrira a
escravidão negreira e reacendia tensões raciais. Captara a existência de
desigualdades sociais e manejava para produzir antagonismos a partir delas.
Percebera desníveis de renda entre o Norte e o Sul do país e extraía daí as
bases para o coronelismo de Estado lá onde, ainda hoje, alojam-se seus
principais redutos. E assim por diante. Na alvorada do século XXI, o PT era o
novo Cabral chegando com a modernidade aos botocudos brasileiros.
Tudo ficaria na base do transitório e jocoso, não
fosse o fato de que o partido governante levava tudo aquilo muito a sério e
tinha um projeto de poder que não admitia interrupção. Não que o projeto
político para o país fosse uma preciosidade em si mesmo, mas porque o poder era
por demais precioso ao partido. José Dirceu, em um evento realizado aqui ao
lado de onde escrevo, na cidade de Canoas, afirmou em 2009, textualmente:
"Se o projeto político é o principal, o principal é cuidar do PT". E
o Brasil? Ora, o Brasil! O Brasil, àquelas alturas, já era tratado como uma colônia
pela corte petista instalada em Brasília.
A atitude colonialista se expressa em diversos
aspectos do cotidiano nacional. Há um colonialismo com reflexos na produção
cultural e na cultura, pois uma mão lava a outra no acesso aos benefícios e
estímulos financeiros proporcionados pela corte. A invasão do politicamente
correto produziu efeito deletério na indiada que antes vivia numa sociedade
livre, impondo autocensura à liberdade de expressão. O sistema público de
ensino foi domesticado para só ministrar o que a corte de Brasília deseja ver
ensinado através de seus trabalhadores em Educação. Em nenhuma hipótese tais
conteúdos podem divergir da orientação imposta pelo colonialismo petista. Não
convém à corte que seus súditos tenham armas para defesa pessoal. Por isso,
inúmeras e onerosas dificuldades lhes são impostas para tal posse. No mesmo
sentido, o colonialismo, de modo crescente, reduziu a autonomia dos entes
federados - estados e municípios - em favor da centralização e consolidação de
seu projeto de poder. Vai-se a Federação para o brejo.
À exemplo do
velho colonialismo europeu, a corte transformou em monopólio partidário a
parcela mais rentável dos negócios de Estado, e neles atua, simultaneamente,
como contratante e intermediária. Por óbvio, tudo fica mais oneroso ao súdito,
pagador de impostos e consumidor dos serviços prestados pela corte.
Portanto, laços fora, brasileiros! As cortes de
Brasília querem, mesmo, escravizar o Brasil.
Percival Puggina (71), membro da Academia
Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site
www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no
país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
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