quinta-feira, 14 de abril de 2016

O CANTO DE VÓLIA

AUTÓPSIA DE UM AMOR QUE MORREU




Segredos guardados
Em baús de incômodos silêncios.
Olhares que se desviam...
E palavras que morrem
Em lábios crispados
Em falsos risos.

O frio vento,
Que leva as doces palavras
Não ditas.
E as lágrimas reprimidas,
Guardadas nas fronhas,
Dos silenciosos prantos noturnos.

Os poemas escritos para ninguém,
De rimas solitárias,
De versos tão tristes,
Vestidos da falsa castidade
Dos santos.
E o fogo intérmino do desejo reprimido.

Viagens solitárias,
Distantes do real.
Mergulhos em mundos surreais,
E sonhos psicodélicos.
Estranhos poemas védicos.

Há sempre um lado obscuro,
Em algum sonho puro,
Quando o amor vai se perdendo,
Aos pouquinhos...
E no silêncio das mágoas pueris,
Vai morrendo em um choro sufocado,
De uma saudade que quer se consumir,
Como uma música que chegou ao fim.

27/12/2014




Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 


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