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DOR ELEGANTE
Um
homem com uma dor
É
muito mais elegante
Caminha
assim de lado
Com
se chegando atrasado
Chegasse
mais adiante
Carrega
o peso da dor
Como
se portasse medalhas
Uma
coroa, um milhão de dólares
Ou
coisa que os valha
Ópios,
édens, analgésicos
Não
me toquem nesse dor
Ela
é tudo o que me sobra
Sofrer
vai ser a minha última obra
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HAI KAI
HAI
Eis
que nasce completo
e,
ao morrer, morre germe,
o
desejo, analfabeto,
de
saber como reger-me,
ah,
saber como me ajeito
para
que eu seja quem fui,
eis
o que nasce perfeito
e,
ao crescer, diminui.
KAI
Mínimo
templo
para
um deus pequeno,
aqui
vos guarda,
em
vez da dor que peno,
meu
extremo anjo de vanguarda.
De
que máscara
se
gaba sua lástima,
de que
vaga
se
vangloria sua história,
saiba
quem saiba.
A
mim me basta
a
sombra que se deixa,
o
corpo que se afasta.
botequimcultural.com.br
A
prosa de ficção de Leminski inclui os romances Catatau (1976), Agora É que São
Elas (1984), Metaformose (1994) e o livro de contos O Gozo Fabuloso (2004).
Classificar esses textos como "romances", "novelas" ou
"contos", porém, é bastante arriscado, conforme escreve a crítica
literária Maria Esther Maciel, pois seguem um princípio de experimentação e de
mescla de todos os gêneros, não respeitando as fronteiras entre poesia, ficção
ou ensaio.
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