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FIM DE
JOGO!
O
que Palocci disse a Moro já é suficiente para que ele seja apontado
no
futuro como o maior algoz de Lula, aquele que desrespeitou o pacto
de
silêncio dos líderes do PT empenhados em preservar a imagem
do
demiurgo da esquerda. Algoz de Lula, mas também de Dilma,
cuja
fantasia de vestal Palocci rasgou
Por
Ricardo Noblat
07/09/2017
- 03h13
O dia 6 de setembro de 2017 tem tudo
para passar à História como o que selou o destino do mais popular e carismático
líder político brasileiro desde Getúlio Vargas, o presidente da República que
em agosto de 1954 matou-se com um tiro no peito para não ser derrubado por um
golpe militar.
Em menos de duas horas, ficou-se
sabendo que o ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos do PT, Antonio
Palocci, “o Italiano”, detonou o “pacto de sangue” firmado por Lula com a
construtora Odebrecht. E que Lula e Dilma foram denunciados outra vez, desta
vez por obstrução de Justiça.
A Lula, segundo Palocci, a Odebrecht
pagou propinas num valor de R$ 300
milhões – parte para financiar suas atividades, parte para a compra de uma
nova sede do Instituto Lula, e o resto para satisfazer qualquer outro desejo
dele. Como o de concluir um museu em sua homenagem. O pacote incluía o
pagamento de R$ 200 mil por
palestra.
Depois de disparar uma flecha no
próprio pé com o caso da polêmica delação do Grupo JBS, Rodrigo Janot, Procurador
Geral da República, disparou outra em Lula e Dilma – essa por conta da manobra
esperta de 2015 que tornaria Lula ministro-chefe da Casa Civil do segundo
governo Dilma.
A manobra tinha como objetivo
proteger Lula, que corria o risco de ser preso a qualquer momento por ordem do
juiz Sérgio Moro. Como ministro de Estado, Lula só poderia ser processado pelo
Supremo Tribunal Federal. Escaparia assim da órbita de Curitiba, eterno pavor
dos acusados por corrupção.
Preso há um ano, condenado uma vez,
Palocci finalmente cedeu às pressões dos seus advogados e contou o que sabe em
depoimento a Moro. Se não contou tudo, contou o suficiente para enterrar Lula
que em breve deverá ser condenado pela segunda vez. É réu em pelo menos mais
quatro ações penais.
Revelou, por exemplo, que Lula
acompanhou cada passo do andamento das operações de repasses ilícitos da
Odebrecht. E que na véspera de deixar o governo no final de 2010, apresentou
Dilma a Emílio Odebrech para comprometê-la com o acerto que ele tinha com a construtora.
Quanto ao sítio de Atibaia, em São
Paulo, onde a familia Lula da Silva desfrutou dos fins de semana, sim, foi mais
um "agrado" da Odebrecht feito a Lula, afirmou Palocci. Como foi
também o apartamento defronte ao que Lula mora em São Bernardo do Campo, usado
por ele Por vários anos, a Odebrecht tapou buracos financeiros do Instituto
Lula.
O depoimento de Palocci a Moro não
fez parte de nenhuma delação premiada, porque delação ainda não há. Certamente
Palocci guardou revelações inéditas para oferecer mais tarde em troca de melhor
prêmio por delatar. Está ansioso por isso. Moro ouvirá Lula na próxima semana.
O que Palocci disse a Moro já é
suficiente para que ele seja apontado no futuro como o maior algoz de Lula,
aquele que desrespeitou o pacto de silêncio dos líderes do PT empenhados em
preservar a imagem do demiurgo da esquerda. Algoz de Lula, mas também de Dilma,
cuja fantasia de vestal Palocci rasgou.
A Lula e aos seus advogados só resta
esgrimir com o surrado argumento de que Palocci mentiu para livrar-se da
cadeia, o que desqualificaria a princípio toda e qualquer delação. Ao PT, resta
procurar outro candidato para disputar a vaga de Temer, algo que ao fim e ao
cabo não fará, refém que é de Lula.
Game over. Fim de jogo.
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