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DELAÇÃO
DE LÚCIO FUNARO
É
BOMBÁSTICA CONTRA TEMER
A
delação do operador financeiro do PMDB
vem
com poder altamente explosivo.
Por
Luiz Flávio Gomes (*)
01/09/2017
Diz o jornal O Globo que Lúcio Funaro confirmou o recebimento de propinas
mensais, pagas por Joesley, da JBS-Friboi, para que ele não delatasse o esquema
criminoso da quadrilha perversa que está no poder, sob a batuta parasitária da
dupla Temer e Aécio, que não é distinta, em termos corruptivos, da quadrilha
precedente comandada por Lula e Dilma.
Temer, ao ouvir a confissão de
Joesley (no Jaburu, à noite, em encontro clandestino), disse: “Mantenha isso
aí, viu”.
A dinheirama (o mensalinho) também
foi dada para o presidiário Eduardo Cunha (PMDB), com o mesmo propósito (evitar
a sua delação). Tudo com a anuência de Temer, que (repita-se) disse: “Mantenha
isso aí, viu”.
Esses fatos indecorosos revelam o
quanto o Brasil continua sendo (ainda) apenas uma democracia de fachada, regida
por eleições – em regra venais – em que alguns ladrões da política são
financiados e corrompidos por outros ladrões do mundo econômico e financeiro
(mundo do mercado, que domina a nação, influenciando a governabilidade do
País).
Todo país (como o Brasil) governado
preponderantemente por ladrões se chama cleptocracia (cleptos = ladrão, cracia
= governo, poder).
No nosso País os dois grupos de
ladrões citados formaram o maior crime organizado da nossa História (com desvio
diário de R$ 600 milhões, incluindo
a corrupção e a roubalheira parasitária dos poderosos).
Nas cleptocracias parasitárias (que
sugam a nação) somente existem dois grupos de pessoas: os que roubam e os que
pagam a conta. Se você, estimado leitor, não faz parte dos grupos dos ladrões
parasitários, com certeza você está pagando a conta.
No dia 3/3/17 o “bandido” chamado
Joesley, da JBS-Friboi (foi Temer quem o chamou de “bandido”) foi ao Palácio
Jaburu prestar contas das suas estrepolias criminosas ao Presidente da
República (que é acusado pelo Procurador-Geral de chefe da quadrilha no poder).
Ao ouvir que Joesley estaria
comprando dois juízes e um procurador da República, Temer disse: “Ótimo, ótimo.”
Esse homem medieval e maquiavélico (verdadeiro Príncipe, de Maquiavel) ainda é
o presidente da República brasileira.
Até quando os ladrões do mercado, os
parlamentares corruptos e os brasileiros acovardados vão se submeter a esse
sistema medieval e primitivo de governança? Até quando seremos governados pela
figura do Príncipe descrito por Maquiavel, inspirado nos Bórgias, que foram
papas corruptos, violentos e medievais?
Luiz Flávio Gomes (Portal FGV) |
(*) Luiz
Flávio Gomes é Doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da
Universidade Complutense de Madri (2001) e Mestre em Direito Penal pela
Faculdade de Direito da USP (1989). Criador do movimento “Quero um Brasil Ético”.
Jurista e professor em vários cursos de pós-graduação nacionais e
internacionais, entre eles a Facultad de Derecho de la Universidad Austral,
Buenos Aires (Argentina), já tendo publicado mais de 57 livros na área
jurídica. É também membro da Comissão de Reforma do CP e Professor Honorário da
Faculdade de Direito da Universidad Católica de Santa María (Arequipa/Peru).
Atuou como Promotor de Justiça em São Paulo, de 1980 a 1983; Juiz de Direito,
de 1983 a 1998; e Advogado, de 1999 a 2001. ( http://luizflaviogomes.com/)
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