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O artista Hector Julio Páride
Bernabó, mais conhecido como Carybé, nasceu no dia 7 de fevereiro de 1911 na
cidade de Lanús, localizada na zona sul de Buenos Aires. Ele se tornaria famoso
pintor, gravador, desenhista, ilustrador, ceramista, escultor, muralista,
pesquisador, historiador e jornalista.
Ele passou alguns anos na Itália, dos
6 meses aos 8 anos, partindo então para o território brasileiro, a princípio residindo
no Rio de Janeiro, onde o pintor realizou seus estudos na Escola Nacional de
Belas Artes. Seu principal estilo se resume na pintura figurativa, a qual
lembra a estética abstrata.
No solo carioca Hector ganhou o
apelido que o consagraria como artista, pois no grupo de escoteiros do Clube do
Flamengo que ele integrava cada um recebia a denominação de um peixe; coube a
ele Carybé, que designava uma espécie de piranha. Para se destacar no campo
artístico e se diferenciar do irmão, que tinha um nome similar e era igualmente
artista plástico, ele assumiu este epíteto como pseudônimo.
De 1935 a 1936 ele atua ao lado do
escritor argentino Julio Cortázar e trabalha como desenhista no jornal El
Diário. Em função de seu trabalho ele é enviado para Salvador, em 1938,
tornando-se um legítimo baiano a partir de 1950. Em 1957 ele finalmente se
naturaliza brasileiro.
Sua primeira mostra coletiva ocorre
em 1939, quando Carybé empreende uma parceria com o artista plástico Clemente
Moreau, no Museu Municipal de Belas Artes de Buenos Aires. Em 1940 ele se torna
o ilustrador da obra Macunaíma, de Mário de Andrade. Um ano depois o pintor
empreende uma longa jornada pelo Uruguai, Brasil, Bolívia e Argentina,
financiando esse ‘tour’ com a remuneração recebida por sua ilustração do
Almanaque Esso.
Carybé estréia como tradutor em 1943,
vertendo para o espanhol, em conjunto com Raul Brié, a obra Macunaíma, de Mário
de Andrade. Neste mesmo ano ele conquista o Primeiro Prêmio da Câmara Argentina
del Libro por sua ilustração do livro Juvenília, de Miguel Cané, ícone da
literatura argentina.
Suas produções traduzem muito do
espírito baiano, revelando o dia-a-dia deste povo, sua cultura popular, seu
folclore. Em 1955 ele obtém o prêmio de melhor desenhista na III Bienal de São
Paulo. Sua obra atinge o montante de cinco mil produções, dentre pinturas,
desenhos, esculturas e delineamentos iniciais de alguns trabalhos. Suas
ilustrações enriquecem publicações de famosos literatos, entre eles Jorge Amado
e Gabriel García Márquez.
Em virtude de seus trabalhos voltados
para a cultura afro-brasileira, enfocando seus ritos e orixás, principalmente
em princípios dos anos 70, ele conquistou um importante título de honra do
Candomblé, o obá de Xangô. Parte de sua produção encontra-se hoje no Museu
Afro-Brasileiro de Salvador, englobando 27 painéis simbolizando os orixás
baianos, produzidos em madeira de cedro. Carybé morreu de um ataque cardíaco no
meio de uma sessão de candomblé, no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, no dia 2 de
outubro de 1997, em Salvador. ( FONTE: Ana Lucia Santana -
www.infoescola.com)
VEJA TAMBÉM:
Há 120 anos, nascia Di Cavalcanti. Para homenageá-lo, a Pinacoteca do Estado de São Paulo exibe a partir de sábado (02/09) a exposição No Subúrbio da Modernidade, que reúne mais de duzentas obras do autor, entre desenhos, ilustrações e pinturas.
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