Impossível
não ouvir, que bom ouvir!
Quase
duas horas de viagem. Eles não paravam de conversar conversa deliciosa – os
dois sentados nos bancos atrás dos nossos. Comentavam a paisagem, as notícias
do dia, falavam – lúcidos, serenos, apaixonados – sobre tudo. Tinham, salvo
engano desse contador de boteco, 190 anos de amor.
Melhor
tirar os óculos para leitura, fechar o livro e ouvir com atenção.
Hora
de aprender.
Lá
pelas tantas, ele disse a ela:
--
Acordei duas e meia, pensei em chamar você... Resolvi não incomodá-la.
E
ela, feliz da silva, lhe devolveu:
--
Bobagem. Você nunca me incomodou. (OS
- 2015)
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