LULA PERDEU O SENSO DO RIDÍCULO |
LULA
FEZ O DIABO PARA ESCAPAR
DO
ENCONTRO QUE MORO ACABA DE MARCAR
Se
tentar esconder a verdade com as maluquices que anda dizendo,
o
réu da Lava Jato encurtará a distância entre
São
Bernardo e a República de Curitiba
Por
Augusto Nunes – 20/09/2016 às 21:45
“Não
há no planeta Terra ninguém mais indignado do que eu”, disse Lula ao receber a
notícia de que fora transformado em réu da Lava Jato pelo juiz Sérgio Moro. A
frase superlativa não surpreendeu o magistrado que comanda a devassa do maior
esquema corrupto da história. Ele soube desde sempre com quem estaria lidando,
confirma a ressalva incluída no texto que formalizou a aceitação da denúncia do
Ministério Público Federal: “… entre os acusados, encontra-se ex-Presidente da
República, com o que a propositura da denúncia e o seu recebimento podem dar
azo a celeumas de toda a espécie”.
“Celeuma”
é pouco para definir o que Lula anda dizendo desde que a distância entre São Bernardo
do Campo e a República de Curitiba encurtou dramaticamente. Graças sobretudo à
discurseira em resposta aos procuradores federais, ficou claro que há notáveis
diferenças entre as reações verbais provocados pelo medo de cadeia ─ cujo
sintoma inaugural é a perda da noção do ridículo ─ e as produzidas pelo medo da
morte política, escancarado pela perda do que resta do sentimento da vergonha.
Para
sobreviver ao escândalo descoberto em 2004, por exemplo, Lula primeiro afirmou
que fora traído por amigos jamais identificados, depois jurou que o Mensalão
nunca existiu. Sem acreditar numa só palavra do que dizia, avisou que, tão logo
deixasse a Presidência, trataria de desvendar pessoalmente a conspiração da
elite golpista que tentou derrubar, com a fabricação de roubalheiras
imaginárias, o governo que só pensava no povo. Haja sem-vergonhice.
“Para
o comandante do Petrolão, portanto,
a
mais honesta das profissões é exercida
por
ladrões tão insolentes que pedem votos
às
vítimas do assalto”
Essa
retórica do cinismo deu lugar ao discurso de quem cruzou a fronteira do
ridículo, avisa o palavrório despejado pelo palanque ambulante um dia depois da
denúncia dos procuradores da Lava Jato. Mais grave ainda, Lula agora acredita
no besteirol que improvisa sob salvas de palmas das plateias amestradas. “Acho
que só ganha de mim aqui no Brasil Jesus Cristo”, disse o Mestre a seus
discípulos no Sermão do Segundo Calvário. Ele ainda enxerga no espelho o
campeão de popularidade aposentado pela vaia no Maracanã na abertura do
Pan-2007.
Lula
ultrapassou de novo a fronteira do ridículo ao explicar que “a profissão mais
honesta é a do político, porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem
que ir pra rua e pedir voto”. Para o comandante do Petrolão, portanto, a mais
honesta das profissões é exercida por ladrões tão insolentes que pedem votos às
vítimas do assalto. Garantida a camisa-de-força, a alma viva mais pura do mundo
consolidou a candidatura a orador da turma do hospício com a sopa de letras
concebida para provar que só diz a verdade.
AUGUSTO NUNES É JORNALISTA
|
“A
gente pode mentir pra vocês, a gente pode mentir pra mulher da gente, a gente
pode mentir pro presidente do partido, a gente pode mentir pra um companheiro,
mas a gente não pode mentir nem pra Deus e nem pra gente mesmo”. Resumo da
ópera do desvario: só Deus e Lula sabem a verdade que o mitômano sem cura
esconde do resto do mundo. No dia do depoimento à Lava Jato, fará o possível
para ocultá-la de Sérgio Moro.
Caso
tente escapar da Lava Jato pela trilha desmatada por frases sem pé nem cabeça
como as reproduzidas acima, poderá antecipar o acerto de contas com a Justiça.
E cumprir mais cedo a promessa de percorrer a pé o caminho da cadeia.
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