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CASA DE FERREIRO…
A
mulher se gabava de resolver qualquer problema, a preços módicos – de
desemprego a amor não correspondido, passando por vícios, depressão, ansiedade,
gula, impotência, cólicas menstruais etc.
Segundo
familiares, marido à frente, ela era um fenômeno, muito embora não entortasse
garfos e colheres com o olhar, como aquele paranormal israelense, que fez
grande sucesso anos atrás.
Pra
lá de Bagdá, o marido pediu a penúltima e abriu o jogo:
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Zeca: hoje, de novo, não vou dormir em casa.
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Por quê? – quis saber o colega de copo.
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Pra não estragar o negócio da minha mulher.
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Como assim? – insistiu o curioso, após mais uma talagada profissional.
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Do jeito que o povo gosta de falar… Vão dizer que minha mulher não é de nada,
que não consegue fazer o marido parar de beber… Mas ela é poderosa. Só que
ninguém tem 100% de aproveitamento. Até Pelé perdeu gol feito… Comigo a coisa
ainda não funcionou.
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E você vai dormir onde? – perguntou-lhe Zeca, após mais um gole.
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Na casa de minha mãe.
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Vai com Deus.
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Fica com ele. Precisando pode procurar minha mulher. Ela atende até 23 horas. Ela
aceita todos os tipos de tíquetes, cartões de crédito. Só não faz fiado. Nem
aceita cheque. Fui.
(ORLANDO SILVEIRA - PUBLICADO EM 07/08/2015)
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