A ÉTICA DO CRUZ-CREDO (V)
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Esse negócio de catar latinha pra vender já foi bom. Não é mais. Antes pagavam
bem pelo quilo. Hoje, pagam uma miséria. E a concorrência é muito grande. Até
dono de bar junta lata pra fazer uns trocos. Cheguei a ganhar um bom dinheiro.
Ainda mais que colocava areia, pra aumentar o peso.
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Você também punha areia nas latas?
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Era o que mais fazia. Um dia o cara do ferro velho descobriu, bateu um fio para
os amigos sucateiros. Nunca mais vendi pra ninguém da região. É uma máfia.
A ÉTICA DO CRUZ-CREDO (VI)
O
sujeito raramente andava de condução. Entrou no coletivo. Viu o preço da
passagem na tabuleta: R$ 3,00. Sacou duas notas de R$ 2,00. Recebeu uma moeda
de R$ 1,00 de troco. Tudo certo, não é? Qual o quê! O cobrador o impediu que
ultrapassasse a roleta, lhe indicou um banco vazio na parte dianteira do
ônibus. E quase ordenou: “Saia pela porta da frente”.
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Mas, como? Paguei a passagem, tem banco livre lá atrás. Vou descer no ponto
final. O fiscal vai me pegar. Que porra é essa?
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Fica frio, tio. O fiscal é nosso. R$ 1,00 é dele; R$ 1,00 é meu; R$ 1,00 é do
motorista. O Natal está aí. Vai estragar?
(PUBLICADO EM 03/06/2015)
A vida tem dessas coisas.... Brasil..
ResponderExcluirVerdade, meu amigo. Obrigado pelo comentário. Abraço.
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