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UM PASSO A MAIS NA DIREÇÃO
DO ABISMO
(Por Ricardo Noblat) Para
os leitores deste blog, não surpreendeu a decisão do juiz Sérgio Moro de
aceitar a denúncia do Ministério Público Federal contra Lula por corrupção e
lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo, e no caso do
armazenamento das tralhas dele pago pela construtora OAS desde sua saída da
presidência da República.
Nota
aqui publicada às 9h03 do último dia 16 disse: “Na próxima segunda-feira ou o
mais tardar na quarta-feira, o juiz Sérgio Moro aceitará a denúncia contra Lula
apresentada pelos procuradores da Lava Jato. Ele então será promovido à
condição de réu. Os procuradores não pediram a prisão de Lula. Mas, se quiser,
Moro poderá decretá-la”.
Por
ora, Moro não achou necessário decretar a prisão de Lula. Poderá até não
fazê-lo se porventura vier a condená-lo. A sorte de Lula passará então a
depender do 4º Tribunal Federal de Recursos (TRF4), com sede em Porto Alegre.
Se ali ele também for condenado, aí, sim, será preso e passará a cumprir pena,
tornando-se inelegível por oito anos.
RICARDO NOBLAT É JORNALISTA |
Não
foram poucos os que imaginaram que o tom empregado pelo Ministério Público na
apresentação da denúncia na semana passada poderia enfraquecê-la aos olhos de
Moro. O tom não pesou em sua aceitação, apenas as provas e os indícios de
materialidade dos crimes citados. Lula terá 20 dias para defender-se.
Se
quiser, o Ministério Público aproveitará esse tempo para anexar mais provas à
denúncia. O provável é que Moro condene Lula antes do fim do ano. Poderá, se
for o caso, atenuar a situação da ex-primeira dama Marisa Letícia, também
denunciada pelo Ministério Público. Disso, Moro deu indicação no seu despacho
sobre a denúncia.
Como
deu indicação de que não pegará leve no que se refere a Paulo Okamotto,
presidente do Instituto Lula. Foi ele que acertou com a OAS o pagamento pelo
armazenamento da mudança de Lula. De resto, Okamotto pediu e a Justiça
negou-lhe um habeas corpus para anular a denúncia. É quase um réu confesso.
“O
discurso do ‘golpe’ já rendeu o que tinha se render.
O
“Fora, Temer” está em declínio.
O PT
se prepara para amargar uma contundente
derrota
nas eleições municipais de outubro próximo”
De
pouco ou de nada beneficiará Lula o comportamento que adotou nos últimos meses
de confrontar “os meninos de Curitiba” e o juiz Moro. Pelo contrário. Lula e
seus advogados, que tratam Moro “como aquele juiz”, procedem como se Moro
tivesse a estatura deles ou fosse menor. Aos olhos da Justiça até aqui, e da
opinião pública, Moro é maior do que eles.
Promovido
à condição de réu da Lava Jato pela segunda vez, Lula ainda corre o risco de
ser denunciado por outros crimes que estão sendo investigados. Novas delações
poderão complicá-lo – entre elas, a de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e a
super-delação a ser fechada dos executivos da construtora Odebrecht.
O
discurso do “golpe” já rendeu o que tinha se render. O “Fora, Temer” está em
declínio. O PT se prepara para amargar uma contundente derrota nas eleições
municipais de outubro próximo. Com quantas divisões o partido contará para
ocupar de novo as ruas, desta vez em defesa do seu principal líder ameaçado?
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