No bar do Carneiro, não há quem lhe negue o mérito de ter sido e ser bom
pai, marido prestimoso, trabalhador incansável, pagador de contas. Mas também
não há ser vivente que não lhe atribua o título devido: pé no saco. Dá Costa é
um chato. Sem cura! Da Costa gosta de dar conselhos que ninguém lhe pediu. E de
distribuir livros que ninguém quer ler. Da Costa é assim: incansável.
Passa no bar do Carneiro só pra ver quem bebe. Balança a cabeça – e pergunta:
“Por que bebem?” Implica com Romualdo Bastos, nosso cruzadista: “Não basta,
senhor Bastos, saber quais foram os times e jogadores que ganharam todas as
Copas do Mundo. Quem eram os reservas?”
Para Da Costa, que viu a vida pela janela, nunca ninguém está pronto pra
tomar banho de mar, atravessar a rua, fazer sexo... Da Costa busca a condição
ideal. E quer seguidores. Todo louco precisa de loucos, multidão de loucos a
lhe fazer loas.
Da Costa acabou com o livro de Ananias, nosso repórter em fim de
carreira. “Cem páginas, se tanto! Ananias: crie vergonha na cara, homem. Livro
que presta tem que ter, no mínimo, no mínimo, quatrocentas páginas” – defecou o
autor de nada.
Da Costa tentou engatar prosa com o Velho Marinheiro, não deu certo:
-- Da Costa, sossegue o facho. Quando
você se for, espero que não tarde, mando fazer uma placa para colocar na sua campa: “Aqui
jaz um pentelho!"
(ORLANDO SILVEIRA - 2014)
Sempre o Velho Marinheiro. Amo de paixão.
ResponderExcluirE ele, Ruth, te adora. Beijo.Obrigado.
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