FOTO: CLÓVIS CAMPÊLO |
TORTO
Quando
a morte a ti trair
e
enganar-te a inteligência,
não
pense em pedir clemência,
nem
peça para sair.
Vista-se
com domingueira,
enfeite
o leito com flores,
disfarce
com mil odores
a
hora que é derradeira.
No
entanto, se alguém em "ais"
liberta
gritos primais
em
ânsias de despedida,
mostre-lhe
um riso morto
-
o certo se escreve torto -
e
apenas é o fim da vida!
Recife,
1991
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