SUPLICY: O FALSO TOLO Revista Época |
O LADO BOM (PARA ELE)
DA PRISÃO DE SUPLICY
Suplicy tem pelo menos seis motivos para obrigar-se a enxergar o lado bom da
prisão determinada por um oficial de Justiça e executada por soldados da PM.
Ele foi para a gaiola por tentar impedir que se cumprisse a ordem de
reintegração de posse de um terreno pertencente à prefeitura de São Paulo. Saiu
no lucro, atestam meia dúzia de constatações:
1.
Pela primeira vez em muitíssimos anos, o
ex-senador foi carregado nos braços do povo ─ representado, no caso, por
soldados da Polícia Militar.
2. Teve
três horas para expor ao delegado e a um punhado de policiais as maravilhas do
programa Renda Mínima. Foi a maior plateia reunida por Suplicy desde a
descoberta do remédio capaz de curar todos os males do Brasil.
3. O
espaço que lhe reservou o noticiário jornalístico pode igualar o que conseguiu
ao fantasiar-se de Super-Homem num corredor do Congresso.
4. Muita
gente que não sabia por onde andava a figurinha carimbada ficou sabendo que
abandonou o emprego de secretário municipal de Direitos Humanos para
candidatar-se a vereador.
5. Como
já sabe que a PM apenas cumpria uma ordem de reintegração de posse solicitada
por Fernando Haddad, não precisa mais deitar-se no meio da rua. Basta visitar o
companheiro prefeito e convencê-lo a doar o terreno aos invasores.
6. Pelo
que disse ao sair da cadeia, foi muito bem tratado pelos carcereiros. “Fomos
conversando numa boa”, revelou ao lhe perguntarem o que aconteceu entre o
momento da prisão e a chegada à delegacia, onde o clima amistoso foi mantido.
Suplicy
precisa dizer isso a Lula, que anda com medo de cadeia. O chefe talvez se sinta
menos angustiado com a aproximação da decolagem rumo à República de Curitiba.
AUGUSTO NUNES É JORNALISTA |
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