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ESCREVER PARA QUÊ?
Queria
cometer um poema, um mísero que fosse.
Não
sei versar.
Queria
tecer um conto, uma crônica qualquer.
Sei
fazer não.
Tropeço
nas palavras, verbos me atrapalham.
Romance?
Nem
pensar. A este escriba faltam talento e fôlego.
E
verve. E tanto mais.
Que
valia tem um homem que não sabe escrever?
Pensando
melhor: escrever para quê?
É A PREGUIÇA, ESTÚPIDO
Dia
desses, no boteco, um conhecido muito chato, do tipo compenetrado, que nunca baixa
a guarda, queria tratar de assuntos que, em nossa mesa ao menos, ninguém queria
tratar. Afinal, estávamos ali para cuidar de temas relevantes em situações como
essas, ou seja, de nada que tenha importância.
A
certa altura, me perguntou por que escrevo pouco e por que, em geral, meus
textos são curtos.
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Para errar menos, encerrei o assunto.
Para
vocês, conto a verdade: é a preguiça que me impulsiona.
Faço
minhas as palavras do filósofo Luiz Felipe Pondé:
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A preguiça me persegue: quero ser rápido como quem rouba, assim como quem
conhece a si mesmo e sabe que desgraçadamente cansa rápido de tudo que faz e
quer. Minha inspiração dura pouco. (OS - junho de 2015)
Ser perfeito causa inveja! Com a sua capacidade no domínio da "última flor do lácio", através do seu poder de síntese, já satisfaz os seus admiradores e seguidores, meu caro Orlando!
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