terça-feira, 19 de julho de 2016

QUASE HISTÓRIAS (XLV)

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ESCREVER PARA QUÊ?

Queria cometer um poema, um mísero que fosse.

Não sei versar.

Queria tecer um conto, uma crônica qualquer.

Sei fazer não.

Tropeço nas palavras, verbos me atrapalham.

Romance?

Nem pensar. A este escriba faltam talento e fôlego.

E verve. E tanto mais.

Que valia tem um homem que não sabe escrever?

Pensando melhor: escrever para quê?



É A PREGUIÇA, ESTÚPIDO

Dia desses, no boteco, um conhecido muito chato, do tipo compenetrado, que nunca baixa a guarda, queria tratar de assuntos que, em nossa mesa ao menos, ninguém queria tratar. Afinal, estávamos ali para cuidar de temas relevantes em situações como essas, ou seja, de nada que tenha importância.

A certa altura, me perguntou por que escrevo pouco e por que, em geral, meus textos são curtos.

-- Para errar menos, encerrei o assunto.

Para vocês, conto a verdade: é a preguiça que me impulsiona. 

Faço minhas as palavras do filósofo Luiz Felipe Pondé:

-- A preguiça me persegue: quero ser rápido como quem rouba, assim como quem conhece a si mesmo e sabe que desgraçadamente cansa rápido de tudo que faz e quer. Minha inspiração dura pouco. (OS - junho de 2015)




Um comentário:

  1. Ser perfeito causa inveja! Com a sua capacidade no domínio da "última flor do lácio", através do seu poder de síntese, já satisfaz os seus admiradores e seguidores, meu caro Orlando!

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