INTERNET |
NA REUNIÃO COM O PARCEIRO DA
OAS,
LULA BOTOU NA CABEÇA QUE
FARIA BONITO
NUM DUELO DE BOTEQUIM COM
JÂNIO QUADROS
(Por Augusto Nunes) Ainda
no primeiro mandato, Lula botou na cabeça que só Getúlio Vargas e Juscelino
Kubitschek poderiam ser equiparados a uma sumidade que, nascida no agreste
pernambucano, chegara à Presidência sem ter lido um único livro e sem saber
escrever. Já no início do segundo mandato, mandou a modéstia às favas e
concedeu-se o título de maior dos governantes desde Tomé de Souza. Depois do
pré-sal, passou a imaginar-se na cabeceira da mesa reservada aos brasileiros
pelos organizadores do jantar anual da Associação Internacional de Estadistas,
com Getúlio e JK mendigando conselhos ao fundador do Brasil Maravilha.
Lula
nasceu para dividir com Jânio Quadros uma mesa de botequim, confirmou nesta
quinta-feira a reportagem publicada no site de VEJA sobre uma reunião no sítio
de Atibaia entre o arquiteto Paulo Gordinho, representante da OAS, e o dono da
propriedade rural que não é dele. Oficialmente, Lula e Gordilho se reuniram
para tratar da reforma do sítio. em
Atibaia. Mensagens capturadas no celular do arquiteto, endereçadas a um amigo,
revelaram que a dupla mais bebeu do que conversou.
“Bebemos
eu e ele uma garrafa de cachaça da boa Havana mineira e umas 15 cervejas”,
espantou-se Gordilho numa das mensagens que resumem o que aconteceu. Embora nem
se atrevesse a acompanhar o ritmo do craque, o arquiteto confessou em outro
recado que seria reprovado com louvor caso tivesse enfrentado o teste do
bafômetro. “Cheguei aqui cambaleando”, informou, decerto sem saber em qual aqui
havia chegado. Para alívio do amigo, ressalvou que já não estava dirigindo o
carro.
O
teor das mensagens remeteu-me de novo a 28 de maio de 1980, o dia em que bebi
com Jânio Quadros. De volta da Europa num cargueiro norueguês, o ex-presidente
passou a ser acompanhado pelo repórter Jomar Moraes a partir de São Sebastião,
última escala antes do desembarque em Santos e a viagem de carro até a casa no
Guarujá. Entre um porto e outro, o ilustre passageiro traçou 20 latas de
cerveja dinamarquesa.
Mas
a sede não passou. “O homem é fera”, murmurou o abstêmio Jomar quando cheguei
ao Guarujá em companhia do fotógrafo Pedro Martinelli. “Ele bebeu seis copos
americanos de caipirinha durante o almoço”, impressionou-se o repórter, que
começara a ficar assombrado ao testemunhar a notável performance no navio.
Encontrei nosso entrevistado no início da tarde, quando Jânio entrou no
escritório onde o esperávamos empunhando uma garrafa de vinho do Porto.
Convidou-me
a acompanhá-lo. Pedi uísque. Nas três horas seguintes, a fera do Guarujá
engoliu 11 cálices de vinho (dos grandes) como quem se refresca com água
mineral. Fui nocauteado pela sexta dose de uísque. Saí do local da entrevista
cambaleando como Gordilho. Ambos perdemos para dois campeões que,
lastimavelmente, pertencem a gerações distintas. Como seria um tira-teima em campo
neutro? Quem proporia primeiro a interrupção do duelo? A plateia, certamente.
AUGUSTO NUNES É JORNALISTA |
Nenhum comentário:
Postar um comentário