AMAR VOCÊ É
COISA DE MINUTOS...
Amar
você é coisa de minutos
A
morte é menos que teu beijo
Tão
bom ser teu que sou
Eu
a teus pés derramado
Pouco
resta do que fui
De
ti depende ser bom ou ruim
Serei
o que achares conveniente
Serei
para ti mais que um cão
Uma
sombra que te aquece
Um
deus que não esquece
Um
servo que não diz não
Morto
teu pai serei teu irmão
Direi
os versos que quiseres
Esquecerei
todas as mulheres
Serei
tanto e tudo e todos
Vais
ter nojo de eu ser isso
E
estarei a teu serviço
Enquanto
durar meu corpo
Enquanto
me correr nas veias
O
rio vermelho que se inflama
Ao
ver teu rosto feito tocha
Serei
teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim,
eu estarei aqui
ADMINISTÉRIO
Quando
o mistério chegar,
já
vai me encontrar dormindo,
metade
dando pro sábado,
outra
metade, domingo.
Não
haja som nem silêncio,
quando
o mistério aumentar.
Silêncio
é coisa sem senso,
não
cesso de observar.
Mistério,
algo que, penso,
mais
tempo, menos lugar.
Quando
o mistério voltar,
meu
sono esteja tão solto,
nem
haja susto no mundo
que
possa me sustentar.
Meia-noite,
livro aberto.
Mariposas
e mosquitos
pousam
no texto incerto.
Seria
o branco da folha,
luz
que parece objeto?
Quem
sabe o cheiro do preto,
que
cai ali como um resto?
Ou
seria que os insetos
descobriram
parentesco
com
as letras do alfabeto?
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