17
As coisas que procuro
Não têm nome.
A minha fala de amor
Não tem segredo.
Perguntam-me se quero
A vida ou a morte.
E me perguntam sempre
Coisas duras.
Tive casa e jardim.
E rosa no canteiro.
E nunca perguntei
Ao jardineiro
O porquê do jasmim
— Sua brancura, o cheiro.
Queiram-me assim.
Tenho sorrido apenas.
E o mais certo é sorrir
Quando se tem amor
Dentro do peito.
HILST, Hilda. In: “Exercícios". Obras reunidas de Hilda
Hilst,
Organização e plano de edição Alcir Pécora,
São Paulo, Globo – 2002.
p.246.
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