sexta-feira, 26 de junho de 2015

QUASE HISTÓRIAS (L)



NÃO SOU AMANDA!

Sou a favor do fim de call centers. Sei que os politicamente corretos são contra. O que só reforça minha opinião. Não me venham com dados sobre emprego e desemprego. Alguém cogita, por exemplo, regulamentar o trabalho de “mulas” – os que transportam drogas ou dinheiro sujo? Não quero mais ser incomodado.

Recentemente, durante quase um mês, recebi várias ligações por dia de uma gente que procurava Amanda. Cansei de lhe explicar que nunca fui Amanda, que não sou Amanda e que jamais serei Amanda. Trabalho tão inútil como o de lhe pedir que tirem meu número do cadastro. Tempos depois, o telefone voltava a tocar a procura de Amanda.


A ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO

Sem tirar os olhos do computador, a colega perguntou ao colega ao lado, que também estava com os olhos grudados no monitor:

— É impretero ou impreiteiro?

Impreiteiro, com i depois do primeiro e.

— Droga! Vou ter que corrigir esse documento. Escreveram empreiteiro. Haja saco. Fazem a coisa errada e depois a gente tem de corrigir. Custa perguntar, se não sabe?

***

No dia seguinte, o chefe ignorante chegou como chegava todos os dias – com pompas e circunstâncias e a falta de educação desde sempre cultivada. Foi logo informado do entrevero da véspera. Disparou um e-mail para o gerente:

— O que ouve?

Puta velha, o gerente tripudiou da ignorância arrogante:

— Não ouço nada.



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