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RENDIÇÃO
Hoje,
ando com o vagar das
lavadeiras
e suas trouxas
apinhadas de roupas.
O
sabão está nas pontas
o
dinheiro foi pouco e não
deu
pra comprar.
O
tempo embora cinzento
deixou
aberta uma pequena
fresta
para o sol escapulir.
No
sorriso da negra de ancas
enormes
sigo na cadência de
seu
corpo cheio de vida e de seus
olhos
negros cheios de esperanças.
A
negra de dedos grossos e mãos
calejadas
me sorri e diz:
-- Deixa
a roupa pra mim galega,
deixa
os queixumes pra quem já
desistiu.
Espalha
estas tuas letras bonitas
pra
quem tem olhos de ver e ouvido
de
escutar.
Espalha
o rastro que Deus marcou
em
ti que nem ferro em brasa.
E
um dia me devolva o abraço
em
forma de poesia.
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