Está
aí homem que nunca teve boca de reclamar. Sempre soube que a vida bem vivida
era para poucos, ele estava entre os muitos. Aposentou-se. Um mês depois, a
mulher morreu. Aquele passeio a Poços de Caldas, sempre adiado, ficou para
nunca mais. Paciência.
Todo
santo dia, acordava de madrugada. Fazia necessidades, barba, coava o café.
Punha a roupa de trabalho, checava a maleta. Tudo certinho. Caminho da roça:
ponto do ônibus. Ficava ali por duas horas. Olhando a vida de quem vivia. De
quem tinha trabalho. De quem levava filhos para creche...
Depois,
voltava pra casa, tirava a roupa, dormia o sono não dormido.
Seis
da tarde. Ele estava lá, no ponto do ônibus, vestido com a roupa da manhã. À
espera de quem vivia. À espera de quem trazia os filhos da creche.
Um
dia Zito embarcou no ônibus.
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