DUAS PRIMAS EM PARIS
Papais
e mamães gastaram nota preta para que as meninas passassem um ano na Europa.
Imaginavam, porque todos lhes diziam isso, que intercâmbio cultural é o máximo
para quem pretende ascender na vida. Coisa de gente do “primeiro mundo”. Ricos
não eram, mas queriam o bem das meninas. Não pouparam esforços para lhes fazer
a vontade. Fizeram.
E
as meninas, duas primas, voltaram deslumbradas com o que viram, após um ano de
Europa.
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Gente, lá é demais, demais mesmo. Tem cada feirinha de artesanato. É de
arrepiar – repetia Clarinha a cada cinco minutos.
Norminha,
mais sofisticada intelectualmente que Clarinha, adora culinária:
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A melhor pizza é a da Itália. Muito boa mesmo.
Alguém
quis saber o que tinham achado dos museus. Não acharam nada. Não tinham ido a
nenhum deles.
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Você acha mesmo que a gente ia gastar uma grana alta, para ver coisa velha? –
respondeu Clarinha, com o endosso entusiasmado de Norminha.
Os
pais concordaram com as meninas: “Ora, se é para gastar fortuna para ver coisa
antiga, melhor ir ao museu do Ipiranga. Ou não?”
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