sábado, 27 de junho de 2015

QUASE HISTÓRIAS (LI)



DUAS PRIMAS EM PARIS

Papais e mamães gastaram nota preta para que as meninas passassem um ano na Europa. Imaginavam, porque todos lhes diziam isso, que intercâmbio cultural é o máximo para quem pretende ascender na vida. Coisa de gente do “primeiro mundo”. Ricos não eram, mas queriam o bem das meninas. Não pouparam esforços para lhes fazer a vontade. Fizeram.

E as meninas, duas primas, voltaram deslumbradas com o que viram, após um ano de Europa.

-- Gente, lá é demais, demais mesmo. Tem cada feirinha de artesanato. É de arrepiar – repetia Clarinha a cada cinco minutos.

Norminha, mais sofisticada intelectualmente que Clarinha, adora culinária:

-- A melhor pizza é a da Itália. Muito boa mesmo.

Alguém quis saber o que tinham achado dos museus. Não acharam nada. Não tinham ido a nenhum deles.

-- Você acha mesmo que a gente ia gastar uma grana alta, para ver coisa velha? – respondeu Clarinha, com o endosso entusiasmado de Norminha.

Os pais concordaram com as meninas: “Ora, se é para gastar fortuna para ver coisa antiga, melhor ir ao museu do Ipiranga. Ou não?”



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