GILDO
BRANCO
Pernambucano, compositor de frevos, nascido
em uma família de flautistas amadores, seu nome de batismo era Astrogildo
Américo Branco Filho. Era irmão de Aline Branco, cantora que fez nome na Rádio
Clube de Pernambuco na década de 1930.
Até 1939, trabalhou como comerciário na
Livraria Universal.
Em 1946, ingressou no Clube Português do
Recife como escriturário, passando mais tarde a supervisor. Foi no Clube
Português onde conheceu o maestro Nélson Ferreira, que o lançaria como
compositor.
Em 1960, teve uma música gravada pela
primeira vez. A cantora Voleide Dantas gravou o frevo-canção Periquito bateu
asas, feito em parceria com Sebastião Rosendo. Em 1961, Raimundo Santos gravou
frevo-canção Gulosa. A partir daí, os seus frevos passaram a ser sucesso em
todos os carnavais recifenses.
Em 1962, Evaldo França gravou A lua disse,
cuja letra transcrevemos abaixo e que foi o ganhador do concurso de músicas de
carnaval instituído pela Prefeitura do Recife.
Em 1964, voltou a ganhar a primeira colocação
no concurso da Prefeitura coma música Amor de marinheiro, cantada por Penha
Maria.
Em 1966, emplacou mais um sucesso com a
música Cochilou, o cachimbo cai, gravada por Germano Batista.
CLÓVIS CAMPÊLO |
Inúmeros sucessos seus fizeram partes dos
carnavais posteriores, como Você está sozinha (1969), feita em parceria com
Valdemar de Oliveira e gravada por Expedito Baracho; Levante o dedo (1970), em
parceria com Aldemar Paiva e gravada pelo Coral RCA; Pertinho dela (1971),
também gravada por Expedito Baracho e mais uma vez vencedora do concurso
instituído pela Prefeitura do Recife; O frevo é de Pernambuco (1974), gravada
por Claudionor Germano e também vencedora do concurso de músicas carnavalescas
daquele ano. Inúmeros outros frevos-canções seus fizeram sucesso, como Os
direitos são iguais, Como vai de amor, Olinda do meu coração e Passei no
vestibular.
Como compositor de frevos-canções, foi um
cronista que registrou os fatos, costumes, e acontecimentos da sua época.
A
LUA DISSE
(Gildo Branco)
Gagarin subiu, subiu, subiu,
foi até ao espaço sideral,
chegou perto da lua e sorriu:
"Vou embora pro Brasil
que o negócio é carnaval".
A lua disse:
"Não vá demore mais,
pois ouvi que lá na Terra
querem me passar
pra trás".
Mas o Gagarin não ligou
e deu no pé:
"Vou mesmo pro Brasil,
eu quero é conhecer Pelé".
Recife, 2009
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