sábado, 13 de junho de 2015

QUASE HISTÓRIAS (XXXIX)


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EDIFÍCIO BRASIL

A vizinha do 16º andar ficou indignada com o que viu. E o que ela viu? Viu Josué esfregando os ladrilhos da piscina. Era segunda-feira. Dia de limpeza.  Josué cumpria sua obrigação: limpava os ladrilhos da piscina. Com o zelo e a alegria de sempre.

Mas, segundo a vizinha do 16º, Josué cometeu um pecado pra lá de capital, imperdoável mesmo: esboçou meia dúzia de braçadas, mergulhou. Feito baleia, jorrou água. Dançou. Riu a valer. Sozinho. Josué não sabia que estava sendo visto. Josué divertido, Josué inocente.

Dia desses, Josué vai ao fórum trabalhista contestar sua demissão por justa causa.

TERNINHO

Era mulher simplória, mais simplória impossível. Ganhava a vida trabalhando como doméstica. Vivia num cortiço, com duas irmãs bem mais velhas que ela e com o filho de uns quinze anos, portador, desde o nascimento, de uma doença incurável, degenerativa. Ela desde sempre soube que o menino não iria longe.

O dia fatídico chegou. Procuramos ajudar, arcamos com as despesas do funeral. Mas ela estava inconsolável. Chorava, evidentemente, a morte do filho. O que mais a angustiava, no entanto, era o fato de não ter terno e gravata para enterrá-lo. Inútil argumentar que isso era bobagem. Que Deus não dá a menor pelota para essas coisas.

Pai e mãe, generosos, providenciaram a roupa. Um sorriso ocupou seu rosto:

-- Agora, sim, com o terninho, ele pode se apresentar a Jesus.


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