GARGALHADA
José
Maria de Almeida faz jus ao apelido. Jamais foi visto sorrindo. Só gargalha.
Acha graça em tudo. Quanto mais infame a piada, mais ele gargalha. Um dia, no
Bar do Carneiro, o Velho Marinheiro perdeu a paciência e foi direto ao ponto:
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Me perdoe a franqueza, Gargalhada: quem gargalha por qualquer coisa, há tempos,
superou o estágio da idiotia.
FEIXES
Romualdo
Bastos, nosso cruzadista da Vila Invernada, deu um gole na uca, outro na cerveja,
acendeu um cigarro, pigarreou, fez cara de conteúdo e disparou:
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Todo homem é um feixe de hábitos.
A
turma que estava no bar do Carneiro balançou a cabeça afirmativamente e disse
em uníssono: “É verdade, é verdade!” Romualdo Bastos, por ali, era tido em alta
conta. Afinal, fazer palavras cruzadas todos os dias não é coisa pra qualquer
um, ainda mais na Vila Invernada.
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Pode até ser, seu Romualdo Bastos, pode até ser. Mas, depois de certa idade,
todo homem vira um feixe de dores – retrucou o Velho Marinheiro.
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