terça-feira, 9 de junho de 2015

NÚBIA NONATO


CHÁ

Enquanto a água ferve na 
chaleira a  memória se
desenha na fumaça 
perfumada.
Desenrola-se como um
novelo embolado nas patas
do gato.
Ora estica ora afrouxa...

O apito me avisa que está
na hora do chá.
Solenemente sento-me
na poltrona, a vida não
roubou de mim todo
o viço.

Derramo algumas gotas
na toalha de richelieu.
O tempo...ah! O tempo...
Lanço de lado um sorriso
absorvendo as lembranças
que o passar dos anos não
apagou.





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