CHÁ
Enquanto a água ferve na
chaleira a memória se
desenha na fumaça
perfumada.
Desenrola-se como um
novelo embolado nas patas
do gato.
Ora estica ora afrouxa...
O apito me avisa que está
na hora do chá.
Solenemente sento-me
na poltrona, a vida não
roubou de mim todo
o viço.
Derramo algumas gotas
na toalha de richelieu.
Lanço de lado um sorriso
absorvendo as lembranças
que o passar dos anos não
apagou.
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