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A MULHER QUE FALA DILMÊS
SÓ PRECISOU DE 2H30
PARA ASSASSINAR OUTRO IDIOMA
E INVENTAR O DILMENHOL
O trecho da conversa com uma
jornalista chilena amplia o legado linguístico de Dilma e fulmina o sonho de
Kátia Abreu: transformar a melhor amiga em palestrante internacional
Por Augusto Nunes – 05/09/2016
às 16:05
Para
ver o vídeo, clique no link abaixo:
Na
abertura do vídeo, a jornalista chilena quer saber por que a entrevistada, em
fevereiro deste ano, fez uma visita relâmpago a Santiago. O olhar avisa que
Dilma Rousseff se surpreendeu com a pergunta. Sentado à sua esquerda, com as
mãos entrelaçadas, José Eduardo Cardozo capricha na pose de Primeiro
Conselheiro do Reino. Terminada a conversa de hospício, vale a pena tornar a
ouvir o falatório de olhos postos em Cardozo, cuja movimentação coreografa o
besteirol. Conforme a partitura, ele descruza os dedos, volta a entrelaçar as
mãos, sorri amarelo, tamborila sobre a mesa, promove um duelo de polegares,
coça a cabeça com a mão direita enquanto esconde a esquerda, contempla o teto,
segura o queixo, esfrega os olhos, cobre o rosto ou junta as mãos como quem vai
rezar.
Não
foi fácil testemunhar o parto do dilmenhol, informa já na primeira linha a
primeira resposta:
“Ah!, purque la Bas…
Barcena, la presidente de Cepal, me invitó para… para fazer una conferência… E
yo queria… y ocê não acredita… yo no conocía Cepal, no tinha ido personalmente.
Soy un… de una geracion em que Cepal fue muy importante para el pensamiento de
la… de la economia latino-americana. Entonces, para mi foi importante ha… hacer
una discusión a respeito do que acontecia en Brasil. Cepal es un centro de
formaçon de pensamento latino-americano. Isso es una cosa. La otra cosa es que
considero que Bachelet es una de las mas importantes lideranças de Latino
América. Non só purque … por toda su trajetória mas por sus posiciones que
combinam la firmeza e la capacidad de diálogo. Por isso é, sempre que pudo, em
várias circunstâncias, no necessariamente solo en Chile pero em otras
circunstâncias, yo siempre hablé com Bachelet. No só yo pero lideranças
latino-americanas e internacionales”.
ROQUE SPONHOLZ |
A
jornalista aproveita a pausa para introduzir outro assunto. Quer saber o que
Dilma tem a dizer à presidente Michelle Bachelet, às voltas com histórias muito
mal contadas envolvendo a empreiteira OAS, que opera também no Chile e andou
financiando campanhas de candidatos esquerdistas. Não por acaso, alguns deles
contrataram os serviços do marqueteiro João Santana. A entrevistada passa ao
largo do que interessa e, de novo, faz de conta que enxerga uma crise mundial
no brasileiríssimo desastre econômico que produziu em parceria com o padrinho
Lula. E ensina aos chilenos como se deve lidar com desastres econômicos:
“Diria que usted enfrentam
la mesma crisis que nosotros…e que, em la fases de ascensión del ciclo…
econômico, las personas tienem una tolerância maior. En la fases de descienso
del siglo… del ciclo, o que qui tá en questión? Quien, quien serão las personas
que pagarán por la crisis.. E… e… no hay demagog… no hay demagogia… se paga
siempre. En la crise hay que pagar algunos… alguna cosa. Todos los países, no
solo…”
E
então irrompe na tela, empoleirada na tribuna do Senado, a figura de Kátia
Abreu discursando na sessão que encerrou o governo de sua melhor amiga. A
senadora do PMDB do Tocantins garante que o mundo não vê a hora de demonstrar a
admiração que sente por Dilma Rousseff: “É uma pessoa que com toda a certeza
será convidada para dar aulas em universidades”, vaticina.
Não
depois desse vídeo. Não depois da invenção do dilmenhol. Nem aqui nem na China.
Nem em Cuba.
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