terça-feira, 6 de setembro de 2016

COLUNA DO CLÓVIS

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ENGENHO E ARTE

Quero morrer no fim da vida
qual chama suave que se apaga
ao sopro de uma brisa vaga,
final transmutação contida.

Qual brasa que afinal esfria,
viga que cede sem açoite,
naturalmente como a noite
substitui a luz do dia.

Naturalmente como a água,
que sempre nos mares deságua,
em vapor para o alto parte,

quero morrer no fim da vida.
E pra ser breve a despedida
me dê a vida engenho e arte.

Recife, 1991



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