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Sei de cor
os silêncios
que sem sobressalto,
me despem a alma
e imploram o beijo
preso na minha saudade...
***
Indiferença
Ternura
intimidada
pelas manhãs devastadas
e noites sem segundos...
indecifráveis apelos
clamam o teu nome,
entre corais desmaiados
e sortilégios esfacelados
onde o canto da alma,
dá voz ao silêncio
em soluços de melancolia.
Pálpebras
suadas de sal
reprimem ilusões,
que ardem no vazio
de um poema proibido:
sofreguidão
escondida na nudez
que abrasa os ventos
e faz o ciúme demente...
no quotidiano da memória
o teu rosto sempre presente,
envelhece o tempo
e não me deixa enxergar
um coração que se fechou...
Atormentado
divaga o meu olhar
que se demora,
nas sílabas da indiferença!
ANA ANDRADE
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