O "centauro Lula" só fala para plateias amestradas |
A CONSTRUÇÃO DO MITO
Lula é obra de marketing.
Jamais ganhou uma eleição em primeiro turno
Por Ruy Fabiano
Blog do Noblat – 03/02/2018
A popularidade de Lula é obra de marketing. O líder político “mais
popular” da história jamais ganhou uma eleição em primeiro turno, como, por
duas vezes, o fez FHC (ambas contra Lula).
Da mesma forma, jamais elegeu ninguém nesses termos. Dilma Roussef e
Fernando Haddad, os postes que colocou na Presidência da República e na
prefeitura de São Paulo, venceram com extrema dificuldade no segundo turno –
Dilma, inclusive, sob suspeita de urnas fraudadas e com o uso de verbas
surrupiadas dos cofres públicos, conforme os marqueteiros Mônica e João
Santana.
Desde que foi vaiado na abertura dos Jogos Pan-Americanos, em 2007,
no Maracanã, passou a evitar plateias não amestradas em suas aparições em
público. Fala apenas à militância.
O líder mais popular da história não compareceu a um único jogo da
Copa do Mundo de 2014, mesmo sendo um ardoroso torcedor e responsável pela
competição ter-se realizado no Brasil. Evitou assim as vaias que foram despejadas
sobre sua sucessora, Dilma.
Tem enfrentado, de maneira recorrente, o dissabor de ser hostilizado
em aeroportos e restaurantes. Por essa razão, passou a viajar em jatinhos
particulares de amigos ricaços (sempre eles).
Ruy Fabiano é jornalista |
Esta semana, mais uma pesquisa do Datafolha o mostra como favorito à eleição presidencial. É
interessante notar que essas pesquisas, que se repetem mensalmente, não têm
outro propósito senão o de mostrar o que os fatos negam: que Lula é o candidato
mais competitivo e que sua popularidade não foi sequer arranhada.
Com isso, buscam dar cabimento à tese de que sua condenação judicial
teria objetivo meramente político: tirá-lo da disputa. Ocorre que essas
pesquisas omitem o número expressivo dos que não têm candidato (sempre em torno
de 70%) e buscam negativar os que, na estreita faixa dos que já se definiram
(30%), lhe fazem sombra. Jair Bolsonaro, por exemplo.
Ao tempo em que essa nova pesquisa omite a condição de condenado em
segunda instância de Lula – e, portanto, inelegível nos termos da Lei da Ficha
Limpa -, faz crer que seu oponente é um “denunciado” em face de seu patrimônio
imobiliário.
A “denúncia” é uma matéria jornalística da própria Folha de S. Paulo, dona do Datafolha,
arquivada pelo Ministério Público. É uma pesquisa diferente, em que os
candidatos são apresentados com premissas – falsas -, de modo a induzir o
entrevistado.
Faz parte da construção do mito, que se tornou maior que seu próprio
partido, que assim compartilha os efeitos danosos de sua queda. Daí o
desespero. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, já disse que o PT não tem plano
B: é Lula ou Lula. Ou seja, não é.
O Instituto Lula diz agora que ele é o candidato mais votado da
história. E soma todos os votos recebidos em todas as eleições presidenciais de
que participou (cinco), comparando-o a candidatos de outros países. Omite mais
uma vez que, além de aqui o voto ser obrigatório (não o é, por exemplo, nos
EUA), o Brasil é o terceiro maior colégio eleitoral do planeta. Marketing puro.
Marketing burro.
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