Foto: arquivo Google |
SILÊNCIO AMOROSO
I
Deixa que eu te ame em silêncio.
Não pergunte, não se explique,
deixe que nossas línguas se toquem,
e as bocas e a pele falem seus líquidos desejos.
Deixa que eu te ame sem palavras
a não ser aquelas que na lembrança ficarão
pulsando para sempre
como se amor e vida
fossem um discurso
de impronunciáveis emoções.
II
Preciso do teu silêncio
cúmplice
sobre minhas falhas.
Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.
O silêncio, aprendo,
pode construir. É um modo
denso/tenso
– de coexistir.
Calar, às vezes,
é fina forma de amar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário