Sempre impliquei com essa coisa de
dizer ao amigo “me recomende à sua senhora”. Ora, respeito é bom. Que
insinuação vagabunda é essa? Que bandalheira é essa? Há de ser muito safado
para falar tamanha barbaridade a um amigo, ainda que ele seja um amigo urso e
sua mulher a oitava maravilha do mundo moderno.
Em bom Português: quem fala uma coisa
dessa chama o amigo de corno – de corno manso! Só um tipo assim seria capaz de
recomendar algum homem à sua esposa.
Mas o tempo – senhor da razão –
passa. E a gente sempre aprende com ele alguma coisinha, percebe que expressões
populares nem sempre são inservíveis.
Hoje, velho, sou adepto da expressão.
Mas sempre faço a ressalva:
-- Quando lhe peço para me recomendar
à sua senhora, quero seu bem. Se ele topar a recomendação – o que é improvável
– terá grande decepção. E vai querer você de volta. Juvenal: captou a mensagem?
Sou seu amigo: me recomende à sua senhora.
DONA
FLOR
Sedutor de viúvas de maridos vivos, Vadinho
não se fez de morto:
-- Deolinda, minha rosa, rainha das
flores, mulata das mulatas: eu quero ser o outro da sua vida.
-- O que é isso, homem? Enlouqueceu
de vez?
-- Não me diga "não",
Deolinda. Sei de suas carências.
-- Que absurdo! Sou casada, muito bem
casada. Todo mundo sabe disso.
-- Não é o que se comenta. De tanto
beber, Teodoro está quase morto; eu, só alegria. (OS)
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