quinta-feira, 8 de setembro de 2016

POLÍTICA/OPINIÃO: JOSIAS DE SOUZA

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LEWANDOWSKI PASSARÁ
A SE OCUPAR DA LAVA JATO

Na próxima segunda-feira (12), Ricardo Lewandowski entregará à colega Cármen Lucia o trono de presidente do Supremo Tribunal Federal. Com a ascensão da ministra, abre-se na segunda turma da Corte uma vaga. Respeitado o regimento interno do tribunal, ela deve ser ocupada por Lewandowski.

É na segunda turma que correm os processos relacionados à Operação Lava Jato. Significa dizer que, depois de referendar a manobra que resultou no impeachment meia-sola de Dilma — deposição sem inabilitação — Lewandowski colocará toda a ciência do seu Direito a serviço da operação que levou à janela os glúteos da oligarquia política e empresarial do país. Vêm aí fortes emoções. (JS)


JOSIAS DE SOUZA É JORNALISTA
  

FHC APÓIA JOÃO DORIA
POR “DEVER” PARTIDÁRIO

Presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso dispensa a João Doria, o candidato tucano à prefeitura de São Paulo, o mesmo tipo de deferência que todo mundo deve a um familiar. Mal comparando, FHC trata Doria com o carinho protocolar que devotaria a um primo que, se não é bom, pelo menos é parente.

Em entrevista com FHC, o repórter perguntou o porquê da demora em declarar apoio a Doria. “O meu candidato era o Andrea Matarazzo, o João Doria sabe disso”, declarou. Preterido, Andrea bateu asas para o PSD e tornou-se candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pela ex-petista Marta Suplicy, hoje no PMDB.

Dono de uma lábia fluida, FHC chegou a tropeçar nas palavras ao falar sobre Doria. Engatando uma primeira marcha, disse: “No meu caso, eu não tenho alterna…” Súbito, pisou no freio. Deu marcha à ré. E ajustou o rumo da prosa: “Não é que eu não tenha alternativa, é meu dever apoiar o PSDB e o candidato. Na hora necessária eu direi isso.”

Ou seja: como uma espécie de patriarca do ninho, FHC apóia Doria por imposição familiar — ou por “dever” partidário. Em casos assim, o apoio costuma ser acrítico. O único defeito que a solidariedade familiar não cobre é dar a mãe como garantia num empréstimo. E esse crime, o candidato-empresário, que se saiba, não cometeu. (JS)



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