MELANCOLIA
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Numa tarde distante onde surgia
em mim os primeiros raios do
que chamamos maturidade,
ouvi pela primeira vez a palavra
melancolia.
O que eu não conseguia diagnosticar
era que eu sofria de transbordamento
crônico.
Por não perceber que a janela estava
no meu íntimo custei a sarar.
No meu olhar cabiam todos os meus
ais, todas as minhas inquietações e
possibilidades.
Os dedos acertaram o prumo no lápis
descascado mas de ponta fina, tinindo
para ferir a folha em branco.
Nos meus olhos padeceram meus ais,
no papel brotou a poesia.
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