terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

E O AMOR SAIU PELA JANELA (7)

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QUADRO: SALVADOR DALI

-- Chega de mentiras, Alceu. Basta! Entendeu? Não suporto mais essa vida que levamos. Afinal, por que você se casou comigo?

-- Por interesse, Matilde, é que não foi. Muito pelo contrário.

-- Como assim? Não estou entendendo. 

-- Quer saber?

-- Quero.

-- Melhor deixar pra lá, Matilde.

-- Não vou deixar pra lá coisa nenhuma. Quero saber, diga de uma vez.

-- Matilde: você sempre foi a mais feia das meninas, a mais pobre, a mais obtusa...

Matilde esboçou um sorriso de satisfação e arriscou todas suas fichas num palpite furado:

-- Então, você se casou comigo por amor, não foi?

Alceu respirou fundo, resolveu mentir (amou Matilde, sim) e colocar um ponto final na história arrastada, pois de uns tempos pra cá só tinha cabeça, coração e membros para Verinha, a cunhada mais nova, dona de bunda e peitos fartos. 

-- Não, Matilde. Casei por pena, pena de você.

-- Cretino. Só agora, Alceu, depois de vinte anos e três filhos, você me diz isso, uma barbaridade dessas?

-- Você nunca me perguntou antes, Matilde. Não tenho culpa. ( ATUALIZADO EM FEVEREIRO DE 2018)

***

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Sabe aquela "graninha"? Pois é. Se fosse por dia, 
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Por Orlando Silveira
https://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2018/02/nao-vou-prejudicar-ninguem.html#comment-form

Um comentário:

  1. Gosto do texto e especialmente do nome Matilde. Escrevi um texto com esse nome. Adorei a coleção Botero!!!!!!

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