domingo, 12 de junho de 2016

NÚBIA NONATO


RE SORRIR

Quando minha mãe se "encantou", não via mais motivos para sorrir ou gargalhar. Queria ficar entregue ao sofrimento e dar vazão a minha prostração até ver as tranqueiras que havíamos herdado.

Bijouterias de "ótima" qualidade, lencinhos de toda sorte, muita roupa por costurar, plantas suficientes para reflorestar a mata atlântica e uma carteirinha com cento e vinte reais que dividimos entre nós excluindo o macho alfa, of course.

Parte das tranqueiras empurramos pra Rachel, nossa sobrinha querida, que depois que percebeu nossa artimanha não pegou mais nada. Tudo isso foi entre lágrimas e, pasmem, muita gargalhada.

O sorriso é uma benção, um refrigério para o coração que se reconhece humano e frágil mas não covarde.




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