quinta-feira, 16 de junho de 2016

COISAS DA VIDA

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COMO TEM ZÉ...

(Por Violante Pimentel) No interior nordestino, é comum se usar a alcunha de Zé, ou seu Zé, para chamar alguém do sexo masculino, cujo nome se desconhece. É o nome mais comum que existe. Zé do Café, Zé de Baixo, Zé de Riba, Zé da Luz; Zé do Cuscuz; Zé da Água; Zé do Pão; Zé do Caixão; Zé do Algodão Doce; Zé da Cocada... É Zé em banda de lata...

Para se ter o privilégio de ser chamado de Zé, não interessa o nome de batismo ou registro de nascimento.

A mulher, da qual não se sabe o nome, costuma-se chamar “Dona Maria”, quando se trata de uma senhora, ou "Maria", para se chamar as mocinhas. Também se usa chamar "essa menina" ou "esse menino", para meninas e meninos.

Na feira de Nova-Cruz, era comum se ouvir: “Seu Zé, quanto é um cacho de pitomba?” “Dona Maria, quanto é o litro da goma?” “Esse menino, quanto é um pirulito?” E assim por diante.

Natal (RN) esteve na rota de viagem de Antoine de Saint-Exupéry, na 1ª fase da 2ª guerra mundial.

O transporte de malotes do correio, com escalas na África, passava pela capital potiguar, que era o primeiro ponto continental  sul-americano, depois  de Fernando de Noronha, com escala de pouso para hidroaviões.

Antoine de Saint-Exupéry andou pelo solo do Rio Grande do Norte, descansando dos seus seguidos voos, e chegou a se familiarizar com várias  pessoas do povo. Diante da dificuldade da pronúncia do seu nome, logo foi apelidado de Zé Perri, ficando assim conhecido e “batizado”. Nem Exupéry escapou aos costumes regionalistas da cidade, e prevaleceu o Zé.


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SAINT-EXUPÉRY, OU MELHOR: ZÉ PERRI

Foi em solo potiguar, que "ZÉ PERRI" conheceu o Baobá da Rua São José, e com ele se impressionou. Mais de uma década depois, em 1943, publicou “O Pequeno Príncipe”/ Le  Petit Prince”, fábula apaixonante de várias gerações de leitores, traduzida para 120 línguas. Vendeu cerca de 50 milhões de exemplares. O segundo livro mais lido de todos os tempos. O primeiro foi a Bíblia. Conta a história de um piloto de  aviação que sofre um acidente, caindo no deserto. Encontra um garoto estranho, que diz morar em um asteroide chamado B612. Sua maior preocupação são os grandes baobás que poderão destruir  o seu "habitat". Para resolver o problema, ele viaja trocando pensamentos com pessoas, animais e até uma rosa  frívola, inspirada na esposa salvadorenha do autor, Consuelo, autora de “Memórias da Rosa”, que narra a vida apaixonada do casal.

Em Natal, antigas testemunhas se lembravam das subidas de Antoine de Saint Exupéry (ZÉ PERRI), na torre da matriz, para apreciar a luz do sol sobre a cidade, como alguém que vê sinais mágicos no crepúsculo. Algumas tinham autógrafo do célebre piloto francês.

Aventureiro, escritor, piloto, viajante, desenhista, e humanista, eram características de Antoine de Saint-Exupéry.

Nascido em Lion, em 1900, de família rica, Saint-Exupery passou a infância em um castelo. Foi um dos pioneiros da aviação comercial e serviu ao exército francês como piloto de guerra, na luta contra o nazismo.

Ele mordeu as estrelas, surgindo no Rio Grande do Norte como um cometa.   

Desapareceu em voo secreto de reconhecimento, entre Provence e o sul da Córsega, em 1944. A causa do acidente permanece um enigma.

Foto do perfil de Violante Pimentel
Violante Pimentel é procuradora 
aposentada do Rio Grande do Norte


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